quarta-feira, novembro 29, 2006

:: versão final ECS9-H



Como já falamos anteriormente, os textos nos remetem à uma época onde a grande maioria da população era formada por agricultores analfabetos. A educação basicamente familiar e religiosa era suficiente e dominante neste período. Porém com o desenvolvimento da revolução industrial e com o início do capitalismo, houve a necessidade de mudanças e transformações do aparato escolar. As necessidades tecnológicas surgem quando os camponeses passam a ser operários nas fábricas e precisam de uma instrução mais técnica e formal, de modo que possam desempenhar suas funções. O ensino passa então a priorizar as habilidades mecânicas, possibilitando que o indivíduo possa desempenhar diversas tarefas nas indústrias, o que favorece o aumento de lucros do patrão, que é o principal objetivo do capitalismo.
Nesses textos, o trabalho infantil e adolescente é bastante citado, como sendo exaustivo e muito comum, afastando grande parte das crianças e jovens da escola.
Também é duramente criticada pelos autores a educação ministrada pelo clero, que é carregada de moralidade e submete as pessoas ao domínio religioso. É uma educação que não proporciona a reflexão e o desenvolvimento do senso crítico, pelo contrário, ela reprime toda e qualquer disciplina que valorize a capacidade de questionamento do educando.
Marx e Engels questionam também o poder de dominação que o Estado pode exercer ministrando a educação, pois pode servir-se da transmissão ideológica. Segundo os textos, caberia ao Estado garantir os meios e os recursos ao conjunto da sociedade, através de seus ministrantes legais, propiciando uma educação para todos, onde as mais diferentes habilidades fossem valorizadas e desenvolvidas. Seriam trabalhadas as línguas estrangeiras, a gramática da língua nacional, as ciências em toda a sua abrangência e a filosofia como forma de questionamentos e conhecimento de si e da realidade, não esquecendo-se do desenvolvimento físico do indivíduo.
Percebe-se claramente que os autores ambicionam uma educação totalmente livres das influências ideológicas religiosas e estatais, de forma que o povo consiga libertar-se intelectualmente.
Marx deseja uma mudança no sistema educacional, que possa iniciar a transformação de toda uma sociedade. Sendo a escola pública e gratuita para todos, o desenvolvimento físico e intelectual simultâneo e principalmente a introdução das disciplinas que desenvolvem o pensamento.

Transportando estes debates para a nossa época, lembramos dos tempos de ditadura militar no Brasil, onde muitos pensadores foram perseguidos e exilados, e disciplinas como Filosofia e Sociologia, foram suprimidas do currículo e substituídas por Educação Moral e Cívica, com o objetivo de barrar o desenvolvimento do senso crítico e promover o ensinamento de leis de deveres e amor incondicional à Pátria e aos seus representantes.

Já nas últimas décadas, relacionamos o texto com a questão do Ensino Religioso escolar, que era ministrado por pessoa ligada à entidade religiosa, com cunho confessional. Felizmente com a nova LDB, o Ensini Religioso ficou à cargo do poder público, sendo ministrado por professional da rede e oferecido em todas as instituições de ensini fundamental e médio. Deve ser trabalhado de maneira interdisciplinar e inter-religiosa, sem abragência confessional, com o objetivo de propiciar ao educando uma reflexão sobre a vida, os valores e os relacionamentos.

Podemos ainda fazer uma conexão com o pensamento dos autores a respeito da educação de jovens e trabalhadores , quando citamos a criação do EJA( educação de jovens e adultos), que se concretiza com a LDB, mas tem suas raízes no trabalho do educador e pensador Paulo Freire, há algumas décadas atrás. A implementação deste novo modelo de educação é um grande avanço na educação das classes trabalhadoras, pois ele proporciona ao jovem e ao adulto que não teve acesso na idade apropriada, um ensini diferenciado , valorizando seus conhecimentos, saberes e experiências e lhe garantindo maiores oportunidades de permanência na escola e continuação dos estudos.

Certamente este é um grande passo, mas é apenas o início de uma jornada na busca de um sistema de ensino que realmente proporcione o desenvolvimento completo do educando.

Enfim, esta discussão sobre uma escola de qualidade para todos ainda está longe de acabar. As escolas públicas, principalmente estaduais, penam com a falta de recursos necessários à sua manutenção e adequação tecnológica. A classe dos professores ainda é muito desvalorizada e desmotivada. Porém as escolas resistem à queda e a degradação, por causa do empenho e da luta, de profissionais, entidades e comunidades, que ainda acreditam que um sistema educacional de qualidade pssa transformar a sociedade, trazendo mais justiça e oportunidades de igualdade para todos.

Lisiane Walter-Leila wassum-Maria HelenaMachado -Maria da Graça Bataiolli



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